SANTA BEBIANA – 2011 / ARRAIAL Á MODA ANTIGA

A vila do Paul, de 2 a 4 de Dezembro de 2011, volta acolher o arraial à moda antiga da Santa Bebiana. As ruas centrais vão ser palco privilegiado de bailias e folias, mercadores, artesãos, teatro de rua, oficinas artísticas, boa gastronomia, tocadores de gaitas de -foles e pífaros acompanhados pela percussão, entre outros instrumentos e protagonistas destacando-se a participação especial da companhia Vivart no programa da Santa Bebiana – 2011 / Arraial à Moda Antiga.

Na verdade, a festa da Santa Bebiana nesta vila é a padroeira do vinho e está desde tempos remotos ligada aos festejos dos pastores e agricultores, durante o mês de Dezembro.

Dizem os mais idosos, que outrora os pastores andavam com o gado nos vales do Paul e arredores, colocavam os chocalhos na cintura e juntos com os ganhões festejavam junto das pipas de vinho, esta profecia. Após a ronda por todos os pipos, faziam uma grande ceia, onde o mais atrevido pregava o sermão para os “irmãos” e rezava-se o Pai Nosso dos Bêbedos.

Objectivamente, repor esta referência cultural da vila depois de um longo interregno, foi ou melhor, continua a ser uma aposta da Casa do Povo do Paul, visando por um lado, recuperar a tradição e por outro, incutir nos mais jovens a problemática excessiva do álcool.

Para além de todo o povo poder integrar a procissão chocalheira e o sermão à Santa no Largo da Praça com Pregador, tem também uma oferta gastronómica, este ano enriquecida com jantar bebiano á moda antiga no sábado 3 de Dezembro com a chanfana, batata pão e vinho. Artesanato e animação de rua são outras ofertas disponíveis, mas a procissão e o sermão são quadros ímpares.

À frente o estandarte, logo seguido pelos confrades todos de archote em punho. O surreal ganha forma e emerge no cortejo que tem ainda na sua composição outros elementos a fazer soltar as gargalhadas dos populares. Uma das figuras de proa é o burro atrelado à carroça transportando um pipo de vinho com o objectivo de saciar a sede dos populares e dos “crentes” devidamente trajados com a “opa de serapilheira” e sempre atentos à “pregação” do orador que se acoita num “majestoso” palium feito também de serapilheira.

Já quanto ao “sermão” é muito intenso e de grande fervor, com momentos verdadeiramente hilariantes.

As tasquinhas, onde a comida e a bebida, não falta, mas na verdade quem ganha é a famosa jeropiga e assume o estatuto da estrela das noites bebianas.

Mau tempo prejudica festejos de Santa Bebiana

A chuva foi a visita indesejada que inviabilizou algumas actividades dos festejos de Santa Bebiana. Mau tempo e um circuito muito disperso provocaram o descontentamento de alguns, mas as tasquinhas, os expositores, a animação dos grupos salvaram a festa, que teve na procissão e no sermão o seu apogeu, tendo conseguido mobilizar uma verdadeira multidão para o Largo da Praça.
Durante três dias o propósito era transfigurar a vila fazendo-a viajar no tempo e “ encarnar” a vida quotidiana do inicio do século passado, através da Festa da Santa Bebiana e do Arraial à Moda Antiga, só que São Pedro, recusou-se a participar e mais do que isso só permitiu a viagem com condições climatéricas verdadeiramente adversas. Na verdade, a adesão a uma tradição que estava presente na memória popular mas parada no tempo, é a certeza de que os festejos de Santa Bebiana, têm potencial para continuarem a crescer, até porque a edição deste ano apesar do mau tempo, principalmente, no sábado dia em que decorreu a procissão e o sermão teve uma presença massiva de pessoas oriundas de várias regiões e até da vizinha Espanha.
Mas tudo começou na sexta-feira 4 de Dezembro, com a arruada do Grupo de Bombos da Casa do Povo do Paul, abertura das tasquinhas e recepção à Santa Bebiana. A animação do circuito onde estavam colocadas as tasquinhas e os artesãos este ano com maior dimensão esteve a cargo nesta noite dos Zabumbas da Casa do Povo do Paul, Nem Fun Nem Fá, entre outros.
De facto, um circuito distribuído por várias ruas com tasquinhas e artesãos dispersos pelas mesmas criou uma sensação de vazio e desagregação do ambiente que esta festa criou em edições anteriores, aliás, esta era uma das críticas que se ouvia este ano, “ há mais tasquinhas mas estão muito longe uma das outras e os artesãos também estão dispersos por aqui e acolá, assim fica tudo desligado e não resulta tão bem”. Argumentavam alguns populares e participantes.
Sermão e encenação hilariantes
No sábado 5, a chuva miudinha mas persistente fazia temer que as actividades mais importantes ficassem em risco mas “os devotos de Santa Bebiana” não faltaram à chamada e, provavelmente, assistiu-se à maior procissão e à maior enchente no Largo da Praça, desde que a festa ganhou este novo contorno.
Depois da abertura das tasquinhas com alguma animação mais dentro delas do que na rua, o grande momento estava reservado para a Procissão da Santa Bebiana, animada com rezas bem regadas ( com vinho e água), preludio para o Sermão no Largo da Praça com pregador de fora abrilhantado pelas “Cantadeiras de hábito…” como sempre à frente o estandarte, logo seguido pelos confrades todos de archote em punho. O cortejo contava ainda com outros elementos que faziam soltar as gargalhadas dos populares, o burro atrelado à carroça é sempre “ assediado” pelos mais sequiosos, ou ele não levasse uma pipa de vinho (oferta da Adega da Covilhã), os “crentes” devidamente trajados com a “opa de serapilheira” e sempre atentos à “pregação” do orador, que não se furtava a esforços para os motivar ia apregoando o “ Salmo Responsavariado”,conseguindo que a chuva “ molha parvos” não interferisse na boa disposição dos crentes. O pregador e outras figuras proeminentes acoitavam-se num “majestoso” palium feito também de serapilheira, reforçando o quadro de protagonistas deste cerimonial pagão.
Já quanto ao “sermão” foi muito intenso e de grande fervor, com momentos verdadeiramente hilariantes este ano com a particularidade de ter “interludios” musicais com as Cantadeiras da Santa Bebiana. Terminado o grande “ sermão” aos poucos a animação ganhou fôlego, a boa jeropiga mais cedo ou mais tarde animou a rapaziada, os petiscos sabiam melhor do que nunca, a musica lá se ia ouvindo através dos grupos, com a Fanfarra Sacabuxa a fazer a diferença e a noite fazer-se dia para os mais resistentes.
No domingo, 6 o tempo ainda piorou mais e as actividades foram canceladas, contudo, algumas tasquinhas e artesãos abriram os seus espaços e os grupos musicais animaram estes espaços mas pouco mais aconteceu.
Quem esteve pela primeira vez a participar na Festa da Santa Bebiana, foi uma representação da Escola de Hotelaria e Turismo do Fundão, “ esta foi uma boa experiencia e os alunos adoraram estar aqui. O nosso grande objectivo é por um lado divulgarmos a escola, enquanto por outro, queremos inserir os alunos nestes ambiente da tradição popular e cultural. Fica a vontade de voltar para o ano, até porque, a sopa à lavrador, feijoca à pastor, pasteis, moelas rissóis bifanas e muitos outras ofertas saíram bem e estiveram dentro das nossas expectativas”. Confidenciou o chefe Pedro Rito.
Vontade de voltar renovada
Já para outros artesãos e proprietários de tasquinhas o fim-de-semana chuvoso prejudicou o negócio e o desalento estava estampado nos seus rostos, mas admitiam que a especificidade desta festa é única e vale sempre a pena. Objectivamente, para poucos terá valido mesmo a pena, até porque com animação própria dentro das suas tasquinhas antes do horário de fecho diário do evento, desrespeitaram o regulamento da Casa do Povo do Paul, responsável da animação, ganhando assim à concorrência prejudicada por esta atitude, mas no compito geral o balanço foi positivo tal como adiantou a presidente da Direcção da Casa do Povo local, “ não mandamos no São Pedro, por isso este tempo gorou um bocado as nossas expectativas, mas este evento tem pernas para andar e é já hoje seguramente o grande cartaz turístico e cultural desta freguesia e da região. As entidades competentes tem de apoiar mais esta iniciativa se quiserem que ela continue e não volte a perder-se. Apesar de tudo faço um balanço positivo” Asseverou Leonor Narciso.
Recorde-se entretanto que, a organização a cargo da Casa do Povo do Paul, contou com os apoios da Câmara Municipal da Covilhã, Junta de Freguesia do Paul, Inatel, Instituto Português da Juventude, Agrupamento de Escolas Entre-Ribeiras Paul, Rádio Cova da Beira e com as pessoas que cederam gratuitamente os seus espaços para ali montarem as vendas dos artesãos e das tasquinhas.
( "Fonte Inforpaulense")










Santa Bebiana promete animar as ruas da vila

Cortejos temáticos, danças serranas e folguedos ao som das gaitas e outros instrumentos, procissão monumental seguida de sermão no Largo da Praça com pregador, artesanato, tasquinhas e grande animação de vários grupos, são entre muitos outros, os aliciantes da mais uma edição dos festejos à Santa Bebiana, que vão ter lugar nos dias 4, 5 e 6 de Dezembro/09.
Outrora festejada por pastores e agricultores, durante o mês de Dezembro, a Santa Bebiana durante anos esteve na memória colectiva mas não se festejava estando quase a cair no esquecimento.
Nos últimos anos a dimensão e projecção da Festa da Santa Bebiana ganhou novos contornos e durante três dias as ruas centrais da vila transfiguram-se, viajam no tempo, acolhem os “ devotos” e as diversas iniciativas desta “ sui generis” festa.
De facto, a escassez de registos quase inexistentes sobre este evento, não permitem uma leitura segura sobre a forma como era comemorada, todavia, pela avaliação do que dizem os mais idosos, infere-se que os pastores andavam com o gado nos vales do Paul e arredores, colocando os chocalhos na cintura e juntos com os ganhões festejavam junto às pipas de vinho, esta profecia. Após a ronda por todos os pipos, faziam uma grande ceia, onde o mais atrevido pregava o sermão para os “irmãos” e rezava-se o Pai-nosso dos Bêbedos.
Muita animação
Cumprindo com seu desiderato cultural, a Casa do Povo do Paul, em boa hora meteu ombros à tarefa de recuperar esta tradição e nos últimos anos tem sido a responsável pela realização desta iniciativa já hoje uma referência obrigatória no calendário cultural da freguesia e do concelho.
A edição deste ano promete ainda mais animação e um programa de encher o olho. Logo na sexta-feira 4 de Dezembro pelas 21 horas -Abertura das tasquinhas e recepção à Santa Bebiana, seguindo-se uma arruada com bombos, gaitas e fanfarras. A animação do circuito onde estão colocadas as tasquinhas e os artesãos está a cargo nesta noite dos Zabumbas da Casa do Povo do Paul, Nem Fun Nem Fá, Míscaros, Dedo Mindinho e Sons da Suévia.
No sábado 5, a oferta sobe a parada com a abertura das tasquinhas para as 15 horas com a respectiva animação de rua, contudo, o grande momento está reservado para as 21 horas com a Procissão da Santa Bebiana com archotes, estandartes e a carroça do vinho….Animada com rezas bem regadas, preludio para o Sermão no Largo da Praça com pregador de fora abrilhantado pelas “Cantadeiras de hábito…” é claro que a musica, a boa jeropiga que mais cedo ou mais tarde anima a rapaziada e de que maneira e os petiscos ganharão um novo fôlego logo que terminar o sermão, sendo que, a animação de rua e nas tasquinhas é com os Foliões da Festa: Fanfarra Sacabuxa, Míscaros, Dedo Mindinho, Foles da Beira, Fonte da Pipa e Sons da Suévia.
Mas voltemos à procissão e ao sermão momentos impares destes festejos. O quadro da procissão é invulgar, transgressor, surrealista. À frente o estandarte, logo seguido pelos confrades todos de archote em punho. O cortejo tem ainda na sua composição outros elementos que fazem soltar as gargalhadas dos populares, contudo, uma das figuras de proa costuma ser o burro atrelado à carroça transportando um pipo de vinho com o objectivo de saciar a sede dos populares e dos “crentes” devidamente trajados com a “opa de serapilheira” e sempre atentos à “pregação” do orador que se acoita num “majestoso” palium feito também de serapilheira.
Já quanto ao “sermão” é muito intenso e de grande fervor, com momentos verdadeiramente hilariantes este ano com a particularidade de ter momentos musicais com as Cantadeiras da Santa Bebiana. Imperdível.
Retratar fielmente o arraial antigo
A festa continua pelas 15 horas, no domingo 6, com a abertura das tasquinhas e dos espaços do artesanato que este ano já ultrapassam três dezenas, (recorde-se que começou por haver meia dúzia) seguindo-se meia hora mais tarde a arruada pelas ruas com: bombos, gaitas e adufes da Casa do Povo do Paul, Míscaros, Foles da Beira, Fonte da Pipa, Sons da Suévia e Rancho Folclórico da Boidobra, sendo que o rancho da Boidobra, irá logo que terminar a arruda animar os Jogos Tradicionais nos “Largos” da Festa. À noite haverá tempo para os “ cantares ao desafio, baile mandado e animação com os foliões da Santa Bebiana.
Entretanto, a organização a cargo da Casa do Povo do Paul, que conta com alguns apoios, nomeadamente: Câmara Municipal da Covilhã, Junta de Freguesia do Paul, Inatel, Instituto Português da Juventude, Agrupamento de Escolas Entre-Ribeiras Paul e Rádio Cova da Beira, apela às pessoas que venham festejar a padroeira do vinho, mas sugere que vão ao baú das roupas e procurem vestir-se como antigamente faziam as gerações que nos antecederam, visando o objectivo de revisitar a tradição e simultaneamente dar uma imagem colectiva de arraial antigo o mais perto da realidade que pretende retratar.
( "Fonte Inforpaulense")

Fazer um bom vinho também é uma arte

Porque é que o vinho fica a azedo, fiadeiro ou gorduroso? Qual é o melhor procedimento para fazer um bom vinho? Foram, entre outras, questões que o público colocou ao Enólogo João Ferraz, a quem coube a tarefa de fazer uma prelecção sobre esta temática e satisfazer a curiosidade de alguns produtores de vinho do Paul e de outras freguesias circunvizinhas.
Com efeito ,no âmbito da programação dos festejos de Santa Bebiana, que vão ter lugar de 4 a 6 de Dezembro/09 e dando cumprimento à preocupação de promover uma abordagem sobre a temática do vinho mais pedagógica, a Casa do Povo local levou a efeito na noite de sábado, dia 21 de Novembro /09 um colóquio na Casa Típica do Paul, designado “ Como fazer bom vinho”.
Os mais interessados na matéria discutiram durante todo o serão as formas como fazem a sua produção caseira de vinho, verificando-se em alguns casos práticas menos correctas face ao procedimento científico aqui defendido pelo palestrante.
Terminada a palestra seguiu-se a prova e análise sensorial dos que para o efeito vieram munidos de uma garrafa de vinho da sua produção, testando e comparando assim a sua qualidade com outros.
Tratou-se de uma iniciativa, que abriu novas perspectivas ao vinho produzido na região e em particular na vila do Paul, tal como referiu o João Ferraz, “ houve uma boa adesão e acima de tudo os que estiveram estavam motivados para aprender as boas práticas e alterar as castas por outras de qualidade superior. Conseguir ao fim de tantas gerações que esta gente com o saber adquirido pela experiência reconheça que é necessário alterar este estado de coisas, se quisermos uma vinha e um vinho de qualidade em termos de futuro, já é muito bom”. Garantiu este enólogo.
Na verdade, as questões técnicas que vieram à coação foram uma mais valia para o conhecimento empírico dos produtores presentes que a avaliar pelo interesse demonstrado estão receptivos a outros ensinamentos tal como refere este técnico, “ penso que é possível fazermos aqui três ou quatro sessões de esclarecimento e assim sensibilizar esta gente para novos procedimentos se quiserem obter um vinho melhor. Mudar as práticas e as castas é o caminho para atingir este objectivo. Mas parece-me que esta iniciativa saldou-se como êxito que é preciso repetir”. Asseverou João Ferraz.
Quem estava na assistência sempre com um olhar compenetrado era um homem que sabe de vinhos e que ainda assim gostou do que ouviu, “ muitos dos truques e conselhos que aqui foram dados eu já os conhecia, mas gostei de passar este serão na Casa Típica do Paul e sempre se aprende alguma coisa”. Afirmou convicto José Gravito.
Para António José Duarte, um dos organizadores do colóquio apesar do público ter por vezes entrado em diálogo, prejudicando um pouco a exposição do enólogo valeu a pena, “ a Casa do Povo do Paul, é a primeira vez que organiza um colóquio com esta temática, mas a receptividade foi boa por isso estamos satisfeitos com os resultados obtidos. O Paul já teve bom vinho, mas aos poucos essa qualidade foi-se perdendo, está na hora de todos darmos volta a esta situação e este colóquio deu um bom contributo nesse sentido”. Enfatizou este dirigente.
Na verdade o serão foi bem agradável até porque, para uma boa pinga, é necessário um bom acompanhamento e sendo assim os enchidos e o queijo da região ajudaram a degustar os vinhos que estiveram à prova no colóquio onde se aprendeu como fazer um bom vinho.

Aldeias transmontanas preservam tradições e os burros

O Rancho Folclórico da Casa do Povo do Paul, na aldeia de São Joanico, bem no interior do Nordeste Transmontano, animou um magusto. Música e castanhas foram os ingredientes do serão passado nesta aldeia trasmontana. Na manhã seguinte os beirões andaram de burro até à aldeia de Paradela.
Preservar o sabor da tradição e a raça asinina com particular incidência no Burro de Miranda, são objectivos da Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino, promotora d0 magusto musical. A Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, na qual se insere o Nordeste Transmontano, oferece excelentes motivos para uma visita para quem quer mergulhar no Portugal profundo, deslumbrar-se com as paisagens agrestes e sentir a hospitalidade de pessoas genuínas.Mas no Planalto Mirandês (Miranda do Douro) espera-o uma recepção especial, pois a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) e o burro de Miranda têm um programa de actividades para partilhar consigo, família e amigos respectivamente. Na verdade esta associação sem fins lucrativos fundada a 9 de Maio de 2001, tem por objecto social a protecção e promoção do Gado Asinino, em particular a raça autóctone de asininos das Terras de Miranda – Burro de Miranda. Para conseguir a prossecução deste objectivo central a AEPGA reúne criadores e admiradores deste gado e contribui para o melhoramento genético e criação de um conjunto de animais de características semelhantes, que actualmente sobrevive no Planalto Mirandês, representando a primeira raça autóctone de asininos de Portugal.
A luta pela preservação de um património genético, ecológico e cultural único no nosso país, tendo neste momento em funcionamento três centros vocacionados para actividades específicas, onde se encontram alojados cerca de cento e dez burros pertencentes à Associação, é um nobre desígnio dos seus jovens dirigentes, que promovem durante o ano diversas actividades culturais sempre com passeios de burro associados às iniciativas, revalorizando a imagem do Burro a nível nacional, particularmente do Burro de Miranda.
Preservar os burros e tradição
Foi neste contexto que, a iniciativa “l Brano de San Martino”decorreu nas aldeias de Serapicos, São Joanico e Paradela com cinema, almoços campestres e jantares micológicos, passeios de burro, oficinas Outono, magusto e arraial tradicional com a participação do Rancho Folclórico da Casa do Povo do Paul.
De facto, o grupo beirão na aldeia de São Joanico, perto de Vimioso, na noite em que Portugal jogava o primeiro jogo para obter o passaporte para o Mundial de Futebol de 2010, teve a incumbência de mostrar um pouco da sua cultura aos transmontanos que gradualmente foram interagindo com rancho do Paul, a fazer valer o som característico dos bombos, das gaita e adufes e a conseguir animar o serão sempre com o aconchego do calor da fogueira.Já noite ia um pouco adiantada quando São Pedro, anunciou a sua presença com uma chuva miudinha mas persistente que obrigou a transferir a festa para dentro do café da aldeia transmontana, palco de uma verdadeira jornada de confraternização entre beirões, trasmontanos e alguns espanhóis que marcaram presença na iniciativa.
A comitiva beirã depois de pernoitar num Centro de Juventude da região, na manhã seguinte na aldeia da Paradela, antes do almoço fez uma longa caminhada até à capela de São Martinico.
Os burros já estavam prontos neste local onde a comunhão do homem com a natureza é perfeita e a música das gaitas soava melhor no alto do monte quando começou a anunciar o regresso até à aldeia de Paradela, desta vez com muitos beirões montados nos famosos burros mirandeses. Uma experiencia diferente, mas marcadamente cultural até porque muitos jovens não conheciam as virtudes deste animal que ainda hoje é utilizado pelas populações locais, como meio de transporte, animal de carga e nos diversos trabalhos agrícolas, surgindo como elemento central na paisagem agreste e simultaneamente bela que caracteriza esta região do país.
Troca de saberes aproxima regiões
Para Joana Braga, a presidente da AEPGA, este intercâmbio cultural foi uma experiencia positiva, “ o Burro de Miranda neste momento simboliza toda a cultura os valores naturais desta região, o nosso objectivo ao organizarmos este tipo de iniciativa onde se insere o magusto musical, é divulgarmos o nosso trabalho e simultaneamente mostrarmos a quem nos visita as mais-valias culturais e patrimoniais do Planalto de Miranda”. Esclarece esta jovem dirigente que acrescenta,” a vinda do grupo do Paul é muito importante para mostrar às pessoas daqui projectos diferentes de associações de meios mais urbanos, até porque, a troca de saberes tradicionais, da cultura musical, até da gastronomia enriquece ambas as partes e aproxima as regiões, isto por um lado, enquanto por outro é igualmente importante que quem nos visita possa divulgar todo este trabalho que gira em torno da preservação do Burro de Miranda e revalorizar um modelo de aproveitamento socio-económico que respeite e preserve o riquíssimo património cultural e natural da região do Nordeste Transmontano”. Assegurou Joana Braga.Importa ainda referir que a familiaridade e a hospitalidade que se encontram por estas terras do Nordeste Transmontano são um traço inconfundível e são sentimentos que não são fáceis de encontrar nos tempos que correm. Agora, no mundo, a individualidade é emergente e há pouca solidariedade com o meio ambiente, os animais, as tradições e a ruralidade, ao invés do que AEPGA defende e materializa.

Colóquio " Como Fazer Bom Vinho" na programação da Santa Bebiana

A expectativa cresce em torno do acontecimento, que anualmente no inicio de Dezembro transforma as ruas centrais da vila em locais onde se revisita a memória colectiva de um povo que viveu outrora.
Muitos artesãos e " devotos" da Santa Bebiana aguardam ansiosos a abertura solene dos festejos, para já, no âmbito da programação deste verdadeiro acontecimento socio-cultural e promovendo uma abordagem sobre a temática do vinho mais pedagógica, a Casa do Povo local leva a efeito no sábado, dia 21 de Novembro /09 um colóquio na Casa Típica do Paul, pelas 20.30 horas.
Porque é que o vinho fica a azedo, fiadeiro ou gorduroso? Qual é o melhor procedimento para fazer um bom vinho?
São algumas das questões que o Enólogo João Ferraz, vai responder neste colóquio designado " Como fazer bom vinho".
Para os mais interessados, podem levar uma garrafa do vinho que produzem caseiramente para ser analisado sensorialmente.
Trata-se então de uma iniciativa, que traz novas perspectivas ao vinho produzido na região e em particular na vila do Paul.
Como para uma boa pinga, é necessário um bom acompanhamento, haverá para além da prova dos vinhos da região uns bons nacos de queijo e os enchidos a condizer. A não perder

Santa Bebiana já mexe

A Casa do Povo do Paul, está a preparar mais uma grande Festa da Santa Bebiana, na linha do que vem acontecendo com as festividades alusivas a este acontecimento.
Nos últimos anos a dimensão e projecção da Festa da Santa Bebiana ganhou novos contornos e durante três dias as ruas centrais da vila transfiguram-se, viajam no tempo e acolhem os “ devotos” e as diversas iniciativas desta “ sui generis” festa.
Não sendo ainda um programa definitivo, que pode eventualmente ser ou não alterado, o programa que tornamos publico, é bem a mostra do que está para acontecer de 4 a 6 Dezembro de 2009.
Aproveitem e divirtam-se.
Viva a Santa Bebiana.
PROGRAMA
SANTA BEBIANA – PAUL 2009
ARRAIAL À MODA ANTIGA
Sexta – feira - 4 de Dezembro

21.00 Horas – Abertura das tasquinhas e recepção à Santa Bebiana
Arruada com Bombos e Gaitas e Fanfarras
Teatro e Malabares de Fogo
22.30 Horas – Animação de rua e nas tasquinhas

Sábado – 5 de Dezembro
15.00 Horas – Abertura solene das tasquinhas
16. Horas: Workshops para as crianças “ A Magia dos Reciclos”
Animação de rua, Fanfarras, Míscaros, Fonte da Pipa, Foles da Beira, Fonte da PipaTutiscatraputis, Danças do Ventre

22.00 Horas – Procissão da Santa Bebiana
23.00 Horas - Sermão à Santa no largo da Praça com Pregador de fora
Animação de rua e nas tasquinhas com os grupos:
Fanfarra, Míscaros, Fonte da Pipa, Foles da Beira,
Tutiscatraputis, Danças do Ventre
Domingo – 6 de Dezembro
15.00 Horas – Abertura das tasquinhas
15.30 Horas – Arruadas com Bombos Gaitas e Adufes “As Danças e Contradanças”
16.00 Horas – Jogos Tradicionais nos Largos da Festa
Rancho Folclórico da Boidobra – Animação de rua
21.00 Horas – Concertinas, Gaitas, Violas, Bombos e Pífaros
22.00 Horas - Cantares ao desafio - Baile mandado - Animação no arraial
Cerimónia Solene: “Adeus ao Almude”
Encerramento com os grupos participantes

ORGANIZAÇÃO: CASA DO POVO DO PAUL

APOIOS: CÂMARA MUNICIPAL DA COVILHÃ, JUNTA DE FRUGUESIA DO PAUL, INATEL, IJP –
INSTITUTO PORTUGÛES DA JUVENTUDE, AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ENTRE RIBEIRAS PAUL
e RÁDIO COVA DA BEIRA
CONTACTOS: cppaul@sapo.pt - 275 961161